Arte que guia: Wladmir Amoroso recria o Farol de Alexandria em mural urbano

O lendário Farol de Alexandria, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, ganha nova vida no mural de Wladmir Amoroso, em Embu Mirim. Com traços precisos e atmosfera poética, a obra transforma o espaço urbano em um portal histórico, iluminando o presente com o esplendor de um passado que ainda ressoa.

Paulo Roberto Amoroso

6/20/20251 min read

Farol de Alexandria em Embu Mirim: mural de Wladmir Amoroso ilumina o presente com memórias do mundo antigo

Com sua luz ancestral projetada sobre as águas do Mediterrâneo, o Farol de Alexandria — uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo — ressurge em pleno Embu Mirim pelas mãos sensíveis do artista Wladmir Amoroso. Neste mural impressionante, Amoroso mais uma vez convida o olhar urbano a atravessar fronteiras de tempo e espaço, transformando um muro da cidade em uma janela para a grandiosidade perdida da Antiguidade.

A pintura retrata o lendário farol da ilha de Faros com notável equilíbrio entre exatidão arquitetônica e liberdade poética. A estrutura monumental ergue-se firme, emitindo uma fumaça suave que evoca sua antiga função de guia para navegadores. O céu, pintado com nuvens de cores quentes que se fundem em tons de laranja e dourado, cria uma atmosfera ao mesmo tempo nostálgica e esperançosa. A água azul límpida que ocupa a metade inferior do mural espelha essa luz, diluindo os contornos e trazendo uma sensação de movimento contínuo, como se o tempo ali também fluísse.

Barcos antigos cruzam a cena com suas velas abaixadas, reforçando o elo com a história marítima e sugerindo a chegada — ou a partida — de novas ideias, culturas, encontros. As construções ao redor do porto, com suas colunas e telhados vermelhos, formam um conjunto que lembra uma cidade viva, habitada, pulsante, mesmo em sua representação idealizada.

Como em outras obras murais de Wladmir Amoroso, o gesto não é apenas estético: é também educativo e afetivo. Ao pintar o Farol de Alexandria no cotidiano de Embu Mirim, o artista ilumina simbolicamente a vizinhança com conhecimento, beleza e memória — como se cada pincelada fosse uma faísca de curiosidade acesa em quem passa.

Este mural é, assim, mais do que uma homenagem ao passado: é um farol voltado para o presente. Um convite à imaginação, ao diálogo entre civilizações, e à redescoberta do mundo a partir do bairro, da rua, do muro.